Antigamente, uma
criança “gordinha” era sinônimo de criança saudável. Hoje, a realidade é outra.
A obesidade infantil, assim como a adulta, é um problema de saúde pública que
afeta milhões de pessoas não só no Brasil, como em todo o mundo.
Segundo dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47,6% das
crianças com idade entre 5 a 9 anos tem obesidade ou sobrepeso. Na faixa etária
de 10 a 19 anos, uma em quatro (26,45) está acima do peso. Vários são os vilões
da obesidade, mas a alimentação inadequada e o sedentarismo são as principais
causas e menos de 5% dos eventos, de acordo com a Sociedade Brasileira de
Endocrinologia, se deve a doenças endocrinológicas.
A nutricionista do
Hospital Samel, Janice Petillo, informa que o excesso de peso pode provocar o
surgimento de várias doenças, como problemas cardíacos e diabetes, além da má
formação de esqueletos.
Fatores
de riscos
Alguns fatores podem
elevar o risco de obesidade infantil, como uma dieta desequilibrada, rica em
alimentos industrializados e fast foods,
refrigerantes, frituras e doces; o sedentarismo, uma vez que a atividade física
ajuda a queimar as calorias ingeridas; o histórico familiar de obesidade, visto
que a doença tem influência genética e os maus hábitos alimentares podem ser
ensinados de pai para filho; e fatores psicológicos, como estresse ou tédio,
que podem fazer as crianças comerem mais que o normal.
Possíveis
complicações
A obesidade infantil
aumenta o risco de uma série de condições, incluído colesterol alto,
hipertensão, doenças cardíacas precoce, diabetes tipo 2, problemas ósseos,
síndrome metabólica, distúrbios do sono, depressão, asma e outras doenças
respiratórias, além de baixa autoestima e problemas de comportamento.
Tratamento
Janice Petillo Nutricionista do Hospital Samel |
Janice Petillo explica
que o tratamento da obesidade é complexo e multidisciplinar. “Há varias opções
de tratamento para obesidade infantil e sobrepeso. Quanto maior o grau de
excesso de peso, maior a gravidade da doença. As crianças devem ser abordadas
individualmente e conforme a idade, uma vez que cada uma pode apresentar
diferentes fatores que aumentam seu risco para obesidade”.
Para as crianças que
estão acima do peso ou com obesidade leve, sem risco de desenvolver outras
doenças, pode ser recomendada apenas a manutenção. “O crescimento da criança
pode fazer com que ela entre numa faixa de IMC saudável, sem necessariamente
precisar emagrecer”, ressalta Janice. Já para crianças com
obesidade instalada e risco de desenvolver outras doenças, a perda de peso é
recomendada.
O emagrecimento deve ser lento e constante, e os métodos são os
mesmos adotados para adultos, ou seja, manter uma dieta saudável e praticar
exercícios. “O sucesso depende em grande parte do seu compromisso de ajudar seu
filho ou filha a fazer essas mudanças”.